Quem foram os bandeirantes?
Muitas especulações rondam a história dos bandeirantes, mas a verdade é que sabemos muito pouco sobre eles. Nossos livros de história os vêem como desbravadores incansáveis, heróis que singraram os sertões e nos trouxeram pleno desenvolvimento. Mas cresce o coro de vozes que atribuem aos bandeirantes grandes tragédias, principalmente em relação ao massacre dos índios, além de associá-los a um grupo de mercenários capazes de tudo em prol do ouro.
Pirenópolis tem seu início ligado aos portugueses vindos do norte de Portugal e Galícias. A influência desse gente é tão forte entre seus descendentes, que os turistas estranham a fala apressada dos pirenopolinos, seus hábitos extravagantes e expressões antigas. Desta forma, não há como a cidade simplesmente descrever seus primeiros habitantes como bandidos ou heróis, deixando de lado a herança genética que carrega no sangue.
Não há ainda quem possa responder com segurança à indagação sobre os bandeirantes. Não podemos julgar um homem de três séculos atrás com os pesos e medidas atuais. Para estudar convenientemente história, portanto, é preciso uma meditação mais aprofundada do problema social e econômico que culminou nas bandeiras ou entradas.
Sabemos de antemão que os índios realmente foram dizimados, que desviaram-se cursos de rios e córregos, que o mercúrio contaminou nossas águas e ocasionou um grande número de retardo mental. Isso não é segredo para ninguém. Bem como há farto relato sobre a vida nos primeiros dias de Meia Ponte, onde prevalecia a desordem absoluta e a vida humana não valia muita coisa. Por outro lado, os bandeirantes trouxeram um certo desenvolvimento à região, que se tornou uma Província e sobreviveu, ainda que meio cambaleante, ao esgotamento das minas auríferas.
Por tudo isso, a minha pergunta continua em aberto: Quem foram os bandeirantes?
by Adriano César Curado
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