O fu­tu­ro de Pi­re­nó­po­lis já che­gou!

A ci­da­de de Pi­re­nó­po­lis ago­ra tem no­vo pre­fei­to. O em­pre­sá­rio Ni­val­do Me­lo foi elei­to com uma vo­ta­ção his­tó­ri­ca, der­ru­ban­do for­ças po­lí­ti­cas po­de­ro­sas, qual Da­vi con­tra Go­li­as, e vai ad­mi­nis­trar a ve­lha ci­da­de pe­los pró­xi­mos qua­tro anos. É uma res­pon­sa­bi­li­da­de mui­to gran­de ge­rir os ru­mos de uma co­mu­ni­da­de, mas há uma gran­de es­pe­ran­ça de que o jo­vem Ni­val­do con­si­ga unir to­dos os seg­men­tos de Pi­re­nó­po­lis e sai­ba di­re­cio­ná-la pa­ra o cres­ci­men­to do tu­ris­mo.

A pe­que­na ci­da­de não es­pe­ra na­da de­mais de um pre­fei­to. Pe­de-se ape­nas que as ru­as es­te­jam lim­pas, as pra­ças ver­de­jan­tes e re­ple­tas de flo­res, ges­to­res tra­tan­do o po­vo com edu­ca­ção e res­pei­to, fo­men­to ao tu­ris­mo e à pre­ser­va­ção am­bien­tal. Mas é pre­ci­so mui­to mais, co­mo pro­je­tos que atra­i­am o bom tu­ris­ta, aque­la gen­te tran­qüi­la, que de­se­ja pas­se­ar com a fa­mí­lia, ou­vir um show de jazz no te­a­tro ou uma apre­sen­ta­ção cul­tu­ral no pré­dio do ci­ne­ma; de­pois pas­se­ar nas ca­cho­ei­ras sem der­ru­bar o car­ro em al­gum me­do­nho bu­ra­co, e, por fim, vol­tar pa­ra o ho­tel e po­der dor­mir um so­no res­tau­ra­dor, sem o in­cô­mo­do dos abo­mi­ná­veis sons au­to­mo­ti­vos.

Sim, Ni­val­do Me­lo, o de­sa­fio é gran­de. E pa­ra com­ple­tar, o mu­ni­cí­pio es­tá ato­la­do em dí­vi­das an­ti­gas, par­ce­la­das por mui­tos anos, que abo­ca­nham sig­ni­fi­ca­ti­va par­ce­la de sua ar­re­ca­da­ção. A fo­lha de pa­ga­men­to é gran­de e a má­qui­na ad­mi­nis­tra­ti­va len­ta. A Lei de Res­pon­sa­bi­li­da­de Fis­cal im­põe li­mi­tes es­trei­tos, dei­xan­do pou­ca mar­gem à li­ber­da­de do ges­tor pú­bli­co. Por is­so, ad­mi­nis­trar Pi­re­nó­po­lis não é fá­cil. Mui­tos ten­ta­ram e pou­cos con­se­gui­ram.

A Pi­re­nó­po­lis do fu­tu­ro é uma ci­da­de lim­pa, or­ga­ni­za­da, com lo­ji­nhas de ar­te­sa­na­to por to­da par­te, fes­tas po­pu­la­res que en­gran­de­cem o tu­ris­mo go­i­a­no e ma­ni­fes­ta­ções cul­tu­ra­is mo­der­nas, co­mo o Can­to da Pri­ma­ve­ra e os fes­ti­vais gas­tro­nô­mi­cos. Na­que­la ci­da­de é pro­i­bi­do in­co­mo­dar com som au­to­mo­ti­vo, pois é pre­ci­so ou­vir ou­tra vez os sa­bi­ás nas ve­lhas pal­mei­ras im­pe­ri­ais, ou as se­re­na­tas sob as ja­ne­las dos ve­lhos ca­sa­rões.

Por fim, após trans­for­mar em re­a­li­da­de os so­nhos da ve­lha Meia Pon­te, Ni­val­do Me­lo po­de­rá en­trar pa­ra a his­tó­ria co­mo o pre­fei­to que re­ce­beu, di­re­ta­men­te da Unes­co, o tí­tu­lo de Pa­tri­mô­nio His­tó­ri­co da Hu­ma­ni­da­de pa­ra Pi­re­nó­po­lis.

ADRI­A­NO CÉ­SAR CU­RA­DO (publicado no Jornal Opção de 30.10.2008)

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou morador, desta maravilhosa e centenária, Pirenópolis, ainda essa semana em aula discutimos sobre a diferença da semana santa de antes, como era, o respeito que as pessoas tinham. Não só no fato religioso, mas em prol de preservação, diante de nossa cultura local, pirenópolis já não se é a antiga cidade onde tinha causos e histórias maravilhosas. Gostei de sua reflexão. Eu pensei que fosse somente eu que tinha visto esse lado, porque tenho 17 anos, e notei diferença, de quando era criança e minha mãe me levava a esses festivos religiosos. Parabéns pela maravilhosa meditação, as eleições estão ai. Mas será que vão mesmo conservar e torna-las como antes? Ou será que vai ajustá-las com repugnância, desvalorizando nosso patrimônio... É social preservar como construir, mas sem que essa construção acabe com a base que foi feita pelos nossos avós e antepassados, que puderam assistir como tal cultura mudou...
É uma pergunta que fica meio que no ar, penso muito em como será o futuro de nossa ilustre cidade... Boa Noite.



José Roberto França Oliveira.