As opiniões nem sempre são conforme o que se espera delas. Como leitor constante do escritor e poeta Luiz de Aquino, vez por outra comento seus textos e quase sempre os elogio, pois pensamos com afinidade e sintonia. Desta vez, no entanto, sou forçado a discordar inteiramente da crônica “Veiga, Rosa e os prefácios”, publicada domingo no DM.
O prefácio é importante em um livro, pois se trata da diversidade de conceitos e opiniões. Quando um escritor “novato” (não entendo o que a crônica quis dizer com isso) pede um prefácio a quem se acha veterano, não está à procura de palavras açucaradas e nem de elogios à sua obra. Ele quer, sim, uma opinião nova sobre o que escreveu, muitas vezes no intuito de evoluir e, futuramente, compor uma obra melhor.
Não sei quanto à aversão de Guimarães Rosa no que concerne a prefácios, porém de José J. Veiga tenho autoridade para falar. Quando lancei meu livro “Travessia”, vencedor da extinta Bolsa de Publicações Cora Coralina, no ano 2000, publiquei junto um prefácio de Veiga.
Obtive esse preâmbulo da obra por acaso e sem pedir nada a ele. Foi o seguinte. Quanto ele veio pela última vez a Goiás, visitou Pirenópolis, ocasião em que o conheci e lhe dei carona até a vizinha Corumbá, onde lhe prestaram justa homenagem. Nesse trajeto, contei-lhe que havia escrito uma novela sertaneja e ele pediu para ler. Depois que foi embora para o Rio de Janeiro, levando na bagagem meus originais inéditos, escreveu-me espontaneamente um prefácio pouco elogioso da obra, onde apontou erros e sugeriu modificações. E eu publiquei na íntegra seu texto.
Desta forma, que pensar da crônica do Aquino? Ou José J. Veiga abriu uma imensa exceção a mim, pessoa que nem conhecia, ou não tinha lá essa animosidade toda contra prólogos, conforme noticiado na crônica. Prefiro ficar com a primeira versão.
Recentemente, o escritor José Mendonça Teles escreveu poético prefácio para meu novo romance, e até se deu ao trabalho de publicá-lo na crônica semanal que escreve em jornal deste Estado. Também já recebi prefácio espontâneo do saudoso escritor Bernardo Élis.
Por tudo isso, sou obrigado a divergir desse grande cronista. Em matéria de literatura, ninguém é suficientemente maduro ou perfeito. Todos estamos sempre em processo de criação evolutiva. Somente depois que um autor morrer, poderemos afirmar que ele chegou ao ápice de sua composição literária. Antes disso, sempre haverá um nível acima para galgar. Somos todos incipientes no duro ofício de ajuntar palavras, e, portanto, devemos nos ajudar com solidariedade e zelo.
Louvo Anatole Ramos, José Mendonça Teles e tantos outros humildes operários das letras, pela paciência, desprendimento e altruísmo para com o próximo, qualidades que fazem deles escritores imensos e imortais.
O prefácio é importante em um livro, pois se trata da diversidade de conceitos e opiniões. Quando um escritor “novato” (não entendo o que a crônica quis dizer com isso) pede um prefácio a quem se acha veterano, não está à procura de palavras açucaradas e nem de elogios à sua obra. Ele quer, sim, uma opinião nova sobre o que escreveu, muitas vezes no intuito de evoluir e, futuramente, compor uma obra melhor.
Não sei quanto à aversão de Guimarães Rosa no que concerne a prefácios, porém de José J. Veiga tenho autoridade para falar. Quando lancei meu livro “Travessia”, vencedor da extinta Bolsa de Publicações Cora Coralina, no ano 2000, publiquei junto um prefácio de Veiga.
Obtive esse preâmbulo da obra por acaso e sem pedir nada a ele. Foi o seguinte. Quanto ele veio pela última vez a Goiás, visitou Pirenópolis, ocasião em que o conheci e lhe dei carona até a vizinha Corumbá, onde lhe prestaram justa homenagem. Nesse trajeto, contei-lhe que havia escrito uma novela sertaneja e ele pediu para ler. Depois que foi embora para o Rio de Janeiro, levando na bagagem meus originais inéditos, escreveu-me espontaneamente um prefácio pouco elogioso da obra, onde apontou erros e sugeriu modificações. E eu publiquei na íntegra seu texto.
Desta forma, que pensar da crônica do Aquino? Ou José J. Veiga abriu uma imensa exceção a mim, pessoa que nem conhecia, ou não tinha lá essa animosidade toda contra prólogos, conforme noticiado na crônica. Prefiro ficar com a primeira versão.
Recentemente, o escritor José Mendonça Teles escreveu poético prefácio para meu novo romance, e até se deu ao trabalho de publicá-lo na crônica semanal que escreve em jornal deste Estado. Também já recebi prefácio espontâneo do saudoso escritor Bernardo Élis.
Por tudo isso, sou obrigado a divergir desse grande cronista. Em matéria de literatura, ninguém é suficientemente maduro ou perfeito. Todos estamos sempre em processo de criação evolutiva. Somente depois que um autor morrer, poderemos afirmar que ele chegou ao ápice de sua composição literária. Antes disso, sempre haverá um nível acima para galgar. Somos todos incipientes no duro ofício de ajuntar palavras, e, portanto, devemos nos ajudar com solidariedade e zelo.
Louvo Anatole Ramos, José Mendonça Teles e tantos outros humildes operários das letras, pela paciência, desprendimento e altruísmo para com o próximo, qualidades que fazem deles escritores imensos e imortais.
ADRIANO CÉSAR CURADO
04/03/2007
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