Acorde, velha cidade, e observe o sol que nasce serelepe lá paras bandas da rua Aurora e já já despertará seus filhos para que testemunhem a passagem do tempo! Mas o que é o tempo para você, tão antiga e ainda assim renovada, como a ave Fênix que renasce do ainda crepitante braseiro incandescente?!
Veja aí, Pirenópolis querida, as novas ruas que surgem em lugares improváveis, seus morros desnudos e envergonhados, o Almas que implora mais vida e a vida que pede por mais alma. Será que este secular trilheiro vai levá-la à luz ou ao abismo, à glória ou ao ostracismo, aos bailes movimentados da eternidade ou ao silêncio absoluto das catacumbas?
Resistirão seu casarões já caducos aos arroubos do progresso ou cansados vergarão seus esteios de aroeira à sina terrível de cimento e pedra? Ninguém sabe, ao certo, que novo capítulo rabiscarão na sua história, mas a memória dos que nos legaram apenas o bem, essa permanecerá viva, guardada nas lendas que a oralidade não deixa morrer.
Torço bastante para que seus becos e ruas deem as mãos numa absurda confraternização, qual crianças que bailam em imaculadas nuvens, e selem os portões do tempo, para que não mais rasguem sequer uma página da história.
Não tenho resposta, e por enquanto trago apenas a pergunta incômoda: aonde vamos?
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