
Ela ainda nem chegou
E mesmo assim
Passo horas
Dias séculos
Debruçado na janela
Olhando o portão
Entreaberto
O alpendre neutro
Forrado de folhas
Do outono passado
Olhando a rua
Que não a levou
Mas trará de volta
Fiando no fiapo
Fino da esperança
Naquele frio na coluna
Da certeza incerta
De que um dia
Por mais que tarde
Ela aparecerá
Na minha pobre vida
Entrando por esta porta
Com um estardalhaço
Que será só seu
Ralhando com o cachorro
Assustando o papagaio
Cantando Marisa Monte
Declamando Cervantes
Contestando Balzac
Enfim
Será um dia incomum
Maravilhoso e perpétuo
O do descobrimento
De minha alma gêmea
Poema de Adriano César Curado extraído do livro ALMAS GÊMEAS, Goiânia: UCG, 2007, p. 15/16.
Um comentário:
Poeta, essa sua pena mexe comigo.
Saionara
Postar um comentário