Uma cidade que queira vencer o tempo e alcançar seu lugar na história tem de planejar suas ações e trabalhá-las em sintonia com a população. Caso contrário, corre-se o risco de perder o bonde do tempo e de estagnar-se na mesmice.
No feriado da Semana Santa, a histórica cidade de Pirenópolis recebeu um grande número de turistas, em sua maioria famílias que se hospedaram nos inúmeros hotéis e pousadas locais. Era fácil localizá-los nos pontos turísticos com máquinas fotográficas e olhar de curiosidade. À noite esses turistas visitavam as lojinhas de artesanato e relaxavam nos bares e restaurantes na rua do Lazer. Nesse meio tempo, desenrolava na cidade as comemorações religiosas da Semana Santa, com procissões, missas em latim e até teatro a céu aberto.
Tudo muito bonito e perfeito, não fosse um detalhe. Em pleno centro histórico tombado pelo Patrimônio Nacional, num verdadeiro acinte ao bom senso geral, resolveram fazer um campeonato de som automotivo. Era a preparação para uma festa do gênero, que consiste em sons ensurdecedores e ilimitados, ocorrida num galpão sem qualquer adequação acústica e que incomodou a população local pela madrugada inteira.
Ainda no centro histórico, estacionaram os carros nas calçadas e abriram a potência do som sem qualquer constrangimento ou mesmo molestação pelas autoridades públicas que deveriam buscar o sossego geral. Junto com os carros de descontrolado som, obviamente, veio aquela gente feia e periférica que nada acrescenta à cidade. Como resultado disso, eu vi pessoas bêbadas dançando entremeio à procissão do Senhor Morto, outras em trajes de banhos e com gestos obscenos. Testemunhei também a perturbação às cerimônias religiosas e o medo das pessoas que transitavam perto daqueles perturbadores.
Diante disso fica uma pergunta. Qual o futuro de Pirenópolis? Parece que a velha cidade está agora num divisor de águas. Ou apresenta uma política pública competente para atrair cada vez mais o bom turista, pessoas que se hospedam nos hotéis e consomem nos bares e restaurantes, que se interessam pelo patrimônio histórico e fomentam as manifestações culturais locais; ou correrá o risco de presenciar a volta do indesejáveis “farofeiros”, que apeavam de ônibus sucateados e desciam para a beira do rio com colchões nas costas, pinga na cabeça e panelas nos bornais.
Qual o tipo de turista queremos para nós? Temos de decidir logo. É impossível a convivência entre grupos tão opostos. Se os baderneiros e farofeiros voltarem, as famílias “de fora” se afastarão e procurarão outras localidades históricas. São muitas as opções. Goiás é um Estado rico em cultura.
Este ano tem eleições municipais. A população de Pirenópolis terá, então, a oportunidade de ouvir a proposta dos candidatos e decidir por aquela que atraia um turista de qualidade. É importante observar se o novo prefeito terá um planejamento estratégico e eficiente para a cidade, principalmente a médio e longo prazo.
Pirenópolis cresceu muito na última década. Novos desafios surgiram, problemas imensos agora nos cercam e não há como deixar de reconhecer essa dura realidade. Em contrapartida, a cidade tem de responder aos desafios com um exímio administrador que foque o aspecto turístico do Município, incentive a abertura de museus, promova ações culturais junto à população jovem e trate o turista com o requinte que ele merece.
No feriado da Semana Santa, a histórica cidade de Pirenópolis recebeu um grande número de turistas, em sua maioria famílias que se hospedaram nos inúmeros hotéis e pousadas locais. Era fácil localizá-los nos pontos turísticos com máquinas fotográficas e olhar de curiosidade. À noite esses turistas visitavam as lojinhas de artesanato e relaxavam nos bares e restaurantes na rua do Lazer. Nesse meio tempo, desenrolava na cidade as comemorações religiosas da Semana Santa, com procissões, missas em latim e até teatro a céu aberto.
Tudo muito bonito e perfeito, não fosse um detalhe. Em pleno centro histórico tombado pelo Patrimônio Nacional, num verdadeiro acinte ao bom senso geral, resolveram fazer um campeonato de som automotivo. Era a preparação para uma festa do gênero, que consiste em sons ensurdecedores e ilimitados, ocorrida num galpão sem qualquer adequação acústica e que incomodou a população local pela madrugada inteira.
Ainda no centro histórico, estacionaram os carros nas calçadas e abriram a potência do som sem qualquer constrangimento ou mesmo molestação pelas autoridades públicas que deveriam buscar o sossego geral. Junto com os carros de descontrolado som, obviamente, veio aquela gente feia e periférica que nada acrescenta à cidade. Como resultado disso, eu vi pessoas bêbadas dançando entremeio à procissão do Senhor Morto, outras em trajes de banhos e com gestos obscenos. Testemunhei também a perturbação às cerimônias religiosas e o medo das pessoas que transitavam perto daqueles perturbadores.
Diante disso fica uma pergunta. Qual o futuro de Pirenópolis? Parece que a velha cidade está agora num divisor de águas. Ou apresenta uma política pública competente para atrair cada vez mais o bom turista, pessoas que se hospedam nos hotéis e consomem nos bares e restaurantes, que se interessam pelo patrimônio histórico e fomentam as manifestações culturais locais; ou correrá o risco de presenciar a volta do indesejáveis “farofeiros”, que apeavam de ônibus sucateados e desciam para a beira do rio com colchões nas costas, pinga na cabeça e panelas nos bornais.
Qual o tipo de turista queremos para nós? Temos de decidir logo. É impossível a convivência entre grupos tão opostos. Se os baderneiros e farofeiros voltarem, as famílias “de fora” se afastarão e procurarão outras localidades históricas. São muitas as opções. Goiás é um Estado rico em cultura.
Este ano tem eleições municipais. A população de Pirenópolis terá, então, a oportunidade de ouvir a proposta dos candidatos e decidir por aquela que atraia um turista de qualidade. É importante observar se o novo prefeito terá um planejamento estratégico e eficiente para a cidade, principalmente a médio e longo prazo.
Pirenópolis cresceu muito na última década. Novos desafios surgiram, problemas imensos agora nos cercam e não há como deixar de reconhecer essa dura realidade. Em contrapartida, a cidade tem de responder aos desafios com um exímio administrador que foque o aspecto turístico do Município, incentive a abertura de museus, promova ações culturais junto à população jovem e trate o turista com o requinte que ele merece.
ADRIANO CÉSAR CURADO
26 DE MARÇO DE 2008
Um comentário:
Sou morador, desta maravilhosa e centenária, Pirenópolis, ainda essa semana em aula discutimos sobre a diferença da semana santa de antes, como era, o respeito que as pessoas tinham. Não só no fato religioso, mas em prol de preservação, diante de nossa cultura local, pirenópolis já não se é a antiga cidade onde tinha causos e histórias maravilhosas. Gostei de sua reflexão. Eu pensei que fosse somente eu que tinha visto esse lado, porque tenho 17 anos, e notei diferença, de quando era criança e minha mãe me levava a esses festivos religiosos. Parabéns pela maravilhosa meditação, as eleições estão ai. Mas será que vão mesmo conservar e torna-las como antes? Ou será que vai ajustá-las com repugnância, desvalorizando nosso patrimônio... É social preservar como construir, mas sem que essa construção acabe com a base que foi feita pelos nossos avós e antepassados, que puderam assistir como tal cultura mudou...
É uma pergunta que fica meio que no ar, penso muito em como será o futuro de nossa ilustre cidade... Boa Noite.
José Roberto França Oliveira.
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