Pirenópolis



Nossa cidade não é comum, como tantas outras. Não está apertada entre prédios de concreto cinza e triste, e as pessoas se cumprimentam na rua, sorriem, pedem um dedo de prosa.

Nossa cidade ainda tem cadeiras nas calçadas, crianças que se banham no rio e cadernetas de conta na mercearia. E o mais eficiente meio de comunicação é o boca-a-boca nas rodinhas de bate-papo.

Nossa cidade é parte do Patrimônio Histórico Nacional, nossa gastronomia é ambicionada internacionalmente e a nossa Festa do Divino é Patrimônio cultural imaterial brasileiro.

Quanta honra temos que sentir por pertencer a um lugar assim. Enquanto outras cidades bandeirantes já destruíram seu acervo cultural, nós ainda temos ruas que contam histórias e pessoas que relembrar glórias.

Somos um povo pacífico, festeiro e alegre, que mal ouve o sino da Matriz soluçar e já corre atrás da banda e do foguetório. Isso está enraizado dentro do nosso espírito e não mudará jamais. Sem contar que todo pirenopolino, de uma forma ou de outra, é artista nato e sua arte se manifestará cedo ou tarde.

Precisamos preservar essa rica herança cultural e saber passá-la para as gerações do futuro. Não é fácil, neste mundo em constante movimento, resguardar o regionalismo. Por isso, intensa é a luta para não deixar morrer tudo isso que os mais antigos souberam preservar para nosso desfrute.

Adriano César Curado

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