Festa do Divino


Cavalhadas na década de 1960
Rei Mouro José de Pina (Zé Lulu)
Arquivo Biblioteca Pyraí


A contagem regressiva para a Festa do Divino de Pirenópolis já chegou. Logo surgirão as comemorações de Pentecostes, com duração de doze dias e auge no domingo que conte cinquenta dias após a Páscoa. A cidade, então, se enfeitará para as festanças promovidas pelo imperador, que este ano é Marcus Siqueira. Trabalho duro espera o festeiro. Ele tem de coordenar todos os setores da festa, mas também precisa angariar fundos para promover a queima de fogos, o fabrico de comida, lembranças, bandeirolas e outros gastos. Não desembolsa pouco quem deseja se candidatar a tal cargo. Pelo contrário, a soma é vultosa. Mas há também a solidariedade dos pirenopolinos, que sempre doam o que podem para contribuir com o brilho da festa.
Minha avó, por exemplo, tem o hábito de enviar queijos à casa do imperador. Outras famílias confeccionam doces ou salgados. Algumas cozinheiras trabalham de voluntárias no preparo das refeições do pessoal de apoio e também dos cavaleiros das Cavalhadas. Há também os lanches dos atores da peça As pastorinhas.

Ser um imperador do Divino é uma honra. O processo de escolha é o mais democrático possível, pois os nomes são escritos em papéis, que depois de dobrados e colocados numa caixa, são sorteados por uma criança escolhida a esmo. Pronto, saiu o imperador! O Divino o escolheu! A notícia anda de boca em boca por toda a cidade, e a preocupação geral é – será que fará boa festa?! Há pouco tempo os padres impediam que pessoas fora de seu círculo se candidatassem à vaga, mas hoje isso não ocorre mais, e a escolha é a mais democrática possível. Só falta mesmo uma imperatriz do Divino.

O atual imperador, pessoa de imenso carisma, é filho de família tradicional, descendente de bons músicos, e receberá com louvor quem o visitar na rua Direita, no casarão que já está de portas abertas para receber o povo. Lá também estão a coroa e o cetro, símbolos do seu reinado sobre a pequena cidade.

Em consideração a alguns internautas que me enviaram e-mail com sugestão de textos, a partir de hoje vou escrever alguns textos sobre a Festa do Divino de Pirenópolis, na intenção de refletir sobre os fundamentos desse grande acontecimento cultural goiano e discutir sobre seu passado e perspectivas de futuro.

Viva o imperador!

by Adriano César Curado

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei que tenha surgido um blogue falando sobre a festa do Divino. Precisava saber disso para um trabalho de escola. Obrigado.

Pâmela Sardinha Souza
pamilinha15@hotmail.com

Anônimo disse...

Depois de ver essa foto maravilhosa do cavalo empinando, deu uma vontade muito grande de ter vivido nessa época.

Sandro Samuel Lisboa

sslisboa@yahoo.com.br