Algumas pessoas me procuraram e reclamaram que desconhecem a vida de alguns vultos goianos. Não sou historiador, mas vou disponibilizar aqui algumas biografias, sem critérios muito científicos, adiante-se, com a única finalidade de ajudar.
O segundo é o padre Gonzaga Fleury, grande goiano e que se destacou no cenário nacional de sua época.
O segundo é o padre Gonzaga Fleury, grande goiano e que se destacou no cenário nacional de sua época.
Luiz Gonzaga de Camargo Fleury nasceu em Meia Ponte (Pirenópolis), em 21.6.1793, e faleceu em mesmo lugar na data de 29.12.1846. Foi um padre, Comendador do Império do Brasil, Membro da Junta Governativa de Goiás, Presidente da Província de Goiás, Deputado Provincial, Deputado Geral e redator do jornal A Matutina Meiapontense.
Família Fleury
A Família Fleury é unicamente de origem portuguesa. Sua ascendência mais remota nos leva a Manuel Coelho, nascido por volta de 1560, na localidade de Coelho, Freguesia de São Pedro de Cête, Conselho de Paredes, Bispado do Porto, Província de Entre Douro e Minho, norte de Portugal.
A Família Fleury é unicamente de origem portuguesa. Sua ascendência mais remota nos leva a Manuel Coelho, nascido por volta de 1560, na localidade de Coelho, Freguesia de São Pedro de Cête, Conselho de Paredes, Bispado do Porto, Província de Entre Douro e Minho, norte de Portugal.
Avançando um pouco mais no tempo, encontraremos Luiz Coelho Furtado, nascido a 12.2.1715, na aldeia de Guedixe, Conselho de Penafiel, Bispado do Porto, Portugal (Arquivo Distrital do Porto: Livro Misto nº 2, fls. 85, da Freguesia de São Pedro do Irivo). O “Furtado” que ele adotou mais tarde foi em homenagem a João Furtado, seu tio-avô. Emigrou para o Brasil na busca do ouro das minas goianas, aonde chegou à Vila Boa entre os anos de 1745 e 1750, casou com a vilaboense Joana Emília Leite, e ganhou uma sesmaria do governo português por Carta de 28.10.1763 (Arquivo Público de Goiás: Registro nº 316). Mudou-se algum tempo depois para Traíras, onde novamente obteve outra sesmaria, agora no Ribeirão das Pedras, em 30.4.1768 (Chancelaria de Dom José I, Rei de Portugal e d’Algarves, d’Aquém e d’Além Mar, Livro nº 52, a fls. 240v). Em traíras exerceu os cargos públicos de Avaliador de Bens e Coletor de Siza, funções só delegadas a portugueses.
Deixou os filhos:
1. Laura Inocência Furtado
2. João Fleury Coelho
Deixou os filhos:
1. Laura Inocência Furtado
2. João Fleury Coelho
João Fleury Coelho (alcunha Fradinho), natural de Traíras, nasceu a 2.6.1763 e casou a 14.8.1792 com Rosa Maria de Lima Camargo, “Mãe Grande”, que nasceu a 30.8.1773, no povoado de Santo Antônio, a 24 quilômetros de Pirenópolis, filha do guarda-mor José Cardoso de Camargo e de Mecia Bueno da Fonseca, e faleceu na Cidade de Goiás, a 11.4.1859. João Fleury Coelho faleceu em Pirenópolis a 23.11.1827.
O casal João Fleury Coelho e Rosa Maria de Lima Camargo teve os seguintes filhos:
1. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury
2. Antônio de Pádua Fleury
3. Maria das Dores Fleury (Inhá)
4. João Fleury de Camargo
5. Mecia Bueno Fleury
6. Ana das Dores Fleury (Inhazinha)
7. José Francisco de Camargo Fleury
1. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury
2. Antônio de Pádua Fleury
3. Maria das Dores Fleury (Inhá)
4. João Fleury de Camargo
5. Mecia Bueno Fleury
6. Ana das Dores Fleury (Inhazinha)
7. José Francisco de Camargo Fleury
Biografia
Padre Gonzaga nasceu no arraial goiano de Meia Ponte, hoje Pirenópolis, foi batizado na Matriz no dia 13.7.1793, pelo padre Joaquim Gomes Lima, sendo-lhe padrinhos os avós maternos. Estudou com o professor e poeta Bartolomeu Antônio Cordovil, onde aprendeu o latim e o francês, estudos mais tarde completados com o professor José Joaquim Pereira da Veiga. Devido à vocação para a vida sacerdotal, mudou-se para São Paulo, onde cursou filosofia e teologia, e recebeu as ordens de presbítero do hábito de São Pedro em 25.7.1817. Retornou à sua terra depois da ordenação e, com a cabeça repleta dos ideais liberais que varriam a Europa, ingressou na política local. Sempre foi ligado à vida política, motivo pelo qual sua vida religiosa ficou em segundo plano e ele manteve o cargo de pároco-coadjutor de Pirenópolis.
Padre Gonzaga nasceu no arraial goiano de Meia Ponte, hoje Pirenópolis, foi batizado na Matriz no dia 13.7.1793, pelo padre Joaquim Gomes Lima, sendo-lhe padrinhos os avós maternos. Estudou com o professor e poeta Bartolomeu Antônio Cordovil, onde aprendeu o latim e o francês, estudos mais tarde completados com o professor José Joaquim Pereira da Veiga. Devido à vocação para a vida sacerdotal, mudou-se para São Paulo, onde cursou filosofia e teologia, e recebeu as ordens de presbítero do hábito de São Pedro em 25.7.1817. Retornou à sua terra depois da ordenação e, com a cabeça repleta dos ideais liberais que varriam a Europa, ingressou na política local. Sempre foi ligado à vida política, motivo pelo qual sua vida religiosa ficou em segundo plano e ele manteve o cargo de pároco-coadjutor de Pirenópolis.
Fatos históricos
Como a Província de Goiás se encontrava à época varrida por revoltas internas, a corte de Portugal determinou que ali se criasse a Junta Governativa de Goiás, um governo provisório, da qual o padre Gonzaga tomou posse em 8.1.1822.
Como a Província de Goiás se encontrava à época varrida por revoltas internas, a corte de Portugal determinou que ali se criasse a Junta Governativa de Goiás, um governo provisório, da qual o padre Gonzaga tomou posse em 8.1.1822.
Com o advento da Independência do Brasil, aumentaram-se as revoltas nas regiões mais afastadas de Goiás, devido ao abandono a que fora relegada. O norte da Província se tornou, àquela época, um lugar de muita discórdia e desordem, chegando-se, inclusive, a determinar a separação de Goiás e a elevar o arraial de Natividade à categoria de vila capital da Província de Tocantins.
A intenção do imperador do Brasil era a de enviar soldados para esmagar aquele conflito, que desafiava os primeiros tempos do seu governo. Porém a junta provisória de Goiás criou um pequeno exército para escoltar o padre Gonzaga até a região do conflito e assim procurar dissolver as revoltas sem derramamento de sangue. Chegou a Cavalcante em 20.1.1823, onde prendeu o coronel local e o enviou à capital Vila Boa, hoje Cidade de Goiás. Dali prosseguiu para Natividade, a capital dos revoltosos, onde adentrou com as bênçãos do povo humilde da região e, pregando o Evangelho, narrando a realidade nacional, contando da inviabilidade do projeto de emancipação do norte, conseguiu convencer os insurretos a abandonar seus propósitos.
Retornou para casa e foi congratulado pelo êxito de sua missão, sem derramar uma gora de sangue ou perder qualquer vida. No entanto, em agosto daquele mesmo ano, novos conflitos na fronteira com o Maranhão requereram sua presença, e ele novamente conseguiu impor a paz através da calma e da persuasão, o que lhe garantiu uma entrada triunfal em Vila Boa, na data de 28.5.1824.
Na data de 14.9.1824 foi dissolvido o governo provisório e Caetano Lopes Gama assumiu a administração da Província, elegendo o padre Gonzaga para membro do Conselho Administrativo Provincial.
Em 1830 foi fundado pelo comendador Joaquim Alves de Oliveira o jornal A Matutina Meiapontense e o padre Gonzaga assumiu sua redação, tendo ali trabalhado até 1834.
A proclamação da Independência do Brasil não pôs fim às rivalidades entre brasileiros e portugueses, pois muitos lusitanos continuaram a morar na ex-colônia, o que culminou na célebre noite das garrafadas, ocorrida em 13.3.1831, depois na queda de D. Pedro I, e por fim se espalhou por todo o país em sangrentos conflitos. A insegurança social era tamanha que diversos comerciantes portugueses abandonaram o Rio de Janeiro, o que começou a causar uma crise econômica. O jovem país corria perigo.
Para acabar com esse preconceito entre povos irmãos, o Partido Moderado e o Partido Conservador se uniram para selar a paz, o que se deu em 28.4.1831, através da fundação da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional. Em Goiás, o padre Gonzaga e seu amigo, o comendador Joaquim Alves de Oliveira, fundaram em Meia Ponte, em 9.1.1832, essa mesma sociedade, o que contribuiu para acalmar os ânimos que também se exaltavam na Província.
Na composição da primeira Câmara Municipal de Meia Ponte, padre Gonzaga foi eleito vereador na data de 18.11.1832 e tornou-se seu secretário. Em 17.1.1834 tomou posse no cargo de Juiz Municipal.
Entre as datas de 20.3.1837 e 4.9.1839, foi nomeado pelo padre Diogo Antônio Feijó, seu grande amigo, para o cargo de Presidente da Província de Goiás. Nesse mesmo ano, após entregar o Executivo Estadual, assumiu o cargo de Deputado na Assembléia Geral.
Faleceu em Pirenópolis em 29.12.1846, sendo sepultado debaixo do altar de São Francisco na Igreja Matriz de sua terra natal.
Filiação
Embora fosse ele um “padre”, deixou numerosa descendência, que se espalhou por todo o Estado de Goiás, São Paulo, Tocantins e muitos outros.
Embora fosse ele um “padre”, deixou numerosa descendência, que se espalhou por todo o Estado de Goiás, São Paulo, Tocantins e muitos outros.
Com a sobrinha-neta do Padre Feijó, Maria Palhares Fernandes, teve Maria Teolinda Fleury, que assistiu à coroação de D. Pedro II, em 18.7.1841, na companhia do pai.
Com Luíza Leandra Leal, na Cidade de Goiás, teve Luíza Catarina Leal (25.11.1833 – 7.3.1925).
Com sua conterrânea Genoveva Maria da Soledade (Inhá Genu) (27.11.1807 – 15.01.1882), em Pirenópolis, teve:
1. Rosa Epifânia Gonzaga de Sá
2. João Gonzaga Jaime de Sá Fleury
3. Luiz Gonzaga Confúcio de Sá
4. Antônio Gonzaga Sêneca de Sá Fleury
5. José Gonzaga Sócrates de Sá
6. Francisco Gonzaga Cícero de Sá
7. Rosa Maria de Lima
1. Rosa Epifânia Gonzaga de Sá
2. João Gonzaga Jaime de Sá Fleury
3. Luiz Gonzaga Confúcio de Sá
4. Antônio Gonzaga Sêneca de Sá Fleury
5. José Gonzaga Sócrates de Sá
6. Francisco Gonzaga Cícero de Sá
7. Rosa Maria de Lima
Bibliografia:
ALENCASTRE, José M.P. Anais da Província de Goiás. São Paulo, Editora Ipiranga, 1979.
CURADO, Agnelo A.F. Fleurys e Curados. Goiânia, Editora Piloto, 1988.
JAYME, Jarbas. Cinco vultos meiapontenses. Goiânia, Edição Revista Genealógica de São Paulo. 1943.
_____. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia, Editora UFG, 1971. Vols. I e II.
_____. Famílias Pirenopolinas (Ensaios Genealógicos). Goiânia, Ed. Rio Bonito, 1973. Vol. V.
_____. Vale seis! (Críticas genealógicas). Goiânia, Editora Rio Bonito, 1973.
JAYME, José Sisenando. A origem da Família Fleury. Goiânia, Edição do Autor, 1993.
PALACIM, Luis. Goiás 1722 - 1822. Goiânia, Oriente, 1976.
POHL, Johonn Emanuel. Viagem no interior do Brasil. Edusp, São Paulo, 1976
SAINT-HILARE, Auguste. Viagem à Província de Goiás. São Paulo, Edusp, 1976.
TELES, José Mendonça . A Imprensa Matutina. Goiânia, Editora CERNE, 1989.
ALENCASTRE, José M.P. Anais da Província de Goiás. São Paulo, Editora Ipiranga, 1979.
CURADO, Agnelo A.F. Fleurys e Curados. Goiânia, Editora Piloto, 1988.
JAYME, Jarbas. Cinco vultos meiapontenses. Goiânia, Edição Revista Genealógica de São Paulo. 1943.
_____. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia, Editora UFG, 1971. Vols. I e II.
_____. Famílias Pirenopolinas (Ensaios Genealógicos). Goiânia, Ed. Rio Bonito, 1973. Vol. V.
_____. Vale seis! (Críticas genealógicas). Goiânia, Editora Rio Bonito, 1973.
JAYME, José Sisenando. A origem da Família Fleury. Goiânia, Edição do Autor, 1993.
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POHL, Johonn Emanuel. Viagem no interior do Brasil. Edusp, São Paulo, 1976
SAINT-HILARE, Auguste. Viagem à Província de Goiás. São Paulo, Edusp, 1976.
TELES, José Mendonça . A Imprensa Matutina. Goiânia, Editora CERNE, 1989.
Fontes:
Arquivo Distrital do Porto, Portugal (ADP), Seção Registro Civil, Livros Mistos.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) – Portugal.
Arquivo Público do Estado de Goiás.
Arquivo Eclesiástico de Pirenópolis/GO.
Arquivo Distrital do Porto, Portugal (ADP), Seção Registro Civil, Livros Mistos.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) – Portugal.
Arquivo Público do Estado de Goiás.
Arquivo Eclesiástico de Pirenópolis/GO.
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